Toxoplasmose OcularÉ principal causa de uveíte posterior (80% dos casos no Brasil). A incidência de doença ocular é pequena em relação a sorologia positiva que no Brasil em adultos varia de 50-83 %.
A toxoplasmose é uma infecção causada pelo Toxoplasma gondii, um parasita que vive no intestino de gatos e pode contaminar água, frutas e vegetais, além de carne de porco e cordeiro.
Aparentemente no nosso país a principal forma de contágio é através de carne de porco mal cozida. A contaminação pode ocorrer ainda dentro da barriga da mãe – infecção congênita – ou depois do nascimento, consumindo vegetais e água contaminada ou carne infectada.
A lesão ocular de retinocoroidite ocorre em 70-90% dos casos de toxoplasmose congênita, sendo  que em 10% dos casos congênitos é a única manifestação presente, mas em alguns casos pode haver lesão cerebral associada.
Das congênitas, 85% NÃO apresentam a lesão ao nascimento. Na infância a prevalência é maior após os 4 anos. Por isso a importância do acompanhamento periódicos nas crianças de risco.
Para identificar as mães em risco de transmitir a doença o médico pede exames sorológicos (no pré natal) e as mães soronegativas (sem infecção prévia) são orientadas em relação à alimentação (evitando carne de porco ou alimentos que possam estar contaminados) e evitar contato com gatos, especialmente os mais novos – já que são estes os que eliminam maior número de parasitas.
A infecção adquirida (depois do nascimento) é mais comum que a congênita. Os pacientes geralmente não apresentam sintomas, ou apresentam sintomas gripais leves: mal estar, febre baixa e gânglios aumentados.
Alguns pacientes apresentam uma forma mais grave de infecção e lesão na retina, que causa uma inflamação dentro do olho, podendo ou não causar baixa de visão.

Os pacientes imunodeprimidos (com AIDS, transplantados) podem apresentar forma mais grave da doença.

Os testes sorológicos ajudam pouco no diagnóstico. Nos casos de lesões atípicas, a sorologia negativa pode excluir a toxoplasmose, mas a sorologia positiva faz apenas o diagnóstico presuntivo.
Na Toxoplasmose congênita a melhor forma de detecção precoce é a determinação dos níveis de IgM no sangue do recém nascido, pois este anticorpo não atravessa a placenta.

TRATAMENTO

O tratamento é realizado com antibióticos do tipo sulfas e pirimetamina em doses que dependem da gravidade da infecção e da idade do paciente, às vezes também é necessário o uso do corticóide e utilizar colírios.
Alguns pacientes apresentam recorrências freqüentes e precisam tomar remédio por tempo prolongado para evitar ou diminuir as novas crises.
A mulher grávida que contrai toxoplasmose durante a gravidez deve ser tratada com remédios especiais que diminuem a chance de prejudicar o bebê. Depois do nascimento o bebê pode necessitar de tratamento adicional, para diminuir a chance de ter problemas nos olhos pela infecção.

PREVENÇÃO

  • Cozinhar bem as carnes
  • Água filtrada e tratada
  • Congelar as carnes
  • Lavar frutas e vegetais
  • Evitar o contato de mucosas com carne crua ou vegetais não lavados
  • Evitar ovo cru e leite não pasteurizado
  • Evitar exposição a fezes de gato
  • Acompanhar títulos de IgG em mulheres soronegativas durante a gravidez
  • Prevenir a transmissão por transplante de órgãos ou sangue